Resumindo, o que é ESG?

RH 5 de abril de 2023

Resumindo, o que é ESG?

Resumindo, o que é ESG? 

Embora não seja um conceito novo, muitas pessoas ainda se perguntam o que é ESG quando se deparam com o termo. 

De maneira a facilitar o entendimento do termo, a sigla ESG é a abreviação de “Environment, Social & Governance” (Ambiental, Social e Governança, ou ASG no português). Esse conceito refere-se às boas práticas empresariais que se preocupam com critérios ambientais, sociais e parâmetros de excelente governança corporativa.

Mas por que esse termo tem sido tão visto nos últimos tempos? 

E ele tem sido cada vez mais frequente no mercado empresarial, sendo visto como uma importante tendência e resposta aos desafios da sociedade contemporânea, especialmente aqueles relacionados às questões ambientais, sociais e de governança. 

O ESG representa o comprometimento com o mercado, os colaboradores, com os consumidores e com a sociedade como um todo, oferecendo uma visão de longo prazo e influenciando a tomada de decisão. 

Adotar o ESG é agregar valor à sua empresa

Hoje as empresas já são capazes de compreender que sua responsabilidade no mundo é muito maior do que apenas dar lucro.

Se no passado o que era bem-visto eram os números de resultados financeiros, hoje um dos aspectos mais visados é o impacto da organização na vida de seus colaboradores, familiares, clientes e na sociedade de uma maneira geral. 

Cada vez mais as empresas percebem que não estão alheias aos problemas do mundo. Ao contrário, entendem que precisam assumir responsabilidades que antes não eram consideradas suas, mas que hoje são deveres de todos.  

Com as pessoas tomando sua devida importância e valorização, e os recursos naturais cada vez mais escassos, questões como diversidade, inclusão social e aquecimento global chamam a atenção. Atualmente as pessoas estão mais conscientes de fatores sociais, políticos e ambientais, cobrando posições mais responsáveis das empresas das quais são clientes. 

Assim, questões como poluição, desmatamento e muitas outras são levantadas entre os clientes. As empresas que não se prepararem e não tiverem preocupações com as questões sociais, ambientais e de governança perderão mercado, uma vez que o ESG se tornou um interesse público.

Sendo assim, a sobrevivência desses negócios está associada aos cuidados que eles têm com sustentabilidade, preocupação com a crise climática e outros pontos relacionados. 

Por mais que as questões sejam muito relacionadas às grandes organizações, pequenas marcas e negócios também precisam se adaptar.

Pandemia e fortalecimento do ESG

A discussão pós-pandemia revelou os riscos da vulnerabilidade social e o potencial impacto ambiental dos atuais modelos de negócios, exigindo a participação ativa de líderes dos setores público e privado. Começamos falando sobre capitalismo de stakeholders, redução da desigualdade social como caminho para a resiliência econômica, mercados de carbono, proteção do capital natural, etc.

Como resultado, vemos questões ESG começando a orientar as principais decisões corporativas. As agendas passam do domínio técnico do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável para as mesas de conselhos e comitês executivos, guiadas por um reexame de seu desempenho na sociedade e em um mundo em mudança.

Os investidores, que antes eram uma agenda voluntária, estão cada vez mais exigindo que eles busquem carteiras que incluam empresas de alta qualidade com mais rigor, comprometidas com a sustentabilidade, e que tenham histórico de crescimento e consistência de rentabilidade, tornando o ESG cada vez mais natural no funcionamento das companhias e movimentando empresas para que estejam cada vez mais em conformidade com essas questões.

Assim, quem aplica em ativos de organizações sustentáveis se torna um agente de pressão sobre o mercado, e a alocação de recursos em fundos ESG não para de crescer mostrando que não são só mais empresas que estão investindo no conceito ESG como mais e mais investidores se mostram interessados em contemplar essas empresas. 

ESG e ODS são caminhos conectados 

Em síntese, a Agenda 2030 é atualmente o principal guia para a sua empresa ou organização adequar suas atividades às práticas ESG. Então, os ODS sintetizam os desafios sociais, ambientais e de governança que o planeta enfrenta. Portanto, não são sinônimos, mas sim, caminhos conectados. 

Ao adotar melhores práticas de ESG, uma empresa, têm maior inclinação para também contribuir com os ODS. Portanto, não há como sustentar que um fundo, uma empresa, contribuam para atingir os ODS sem que tenham boas práticas e métricas ESG. Em resumo, a principal conexão entre esses dois conceitos está no fato de que as empresas têm uma função social relevante e são cada vez mais cobradas em relação ao seu posicionamento diante dos principais desafios globais de hoje. Nesse sentido, os ODS podem servir como um norte para planejar mudanças e adotar práticas estratégicas dentro do campo do ESG. 

O que define uma empresa ESG?

Bom, agora que você já entendeu o que é ESG e porque ele está se firmando como uma tendência, vamos entender, na prática, o que as empresas podem fazer para serem assim reconhecidas.

Para facilitar a sua compreensão neste tópico, vamos separar as boas práticas e atitudes sustentáveis de acordo com os pilares do ESG:

Princípios ambientais (E):

Entre as práticas ambientais, pode-se destacar:

  • O empenho da companhia em buscar alternativas sustentáveis, visando reduzir o impacto do processo produtivo no meio ambiente;
  • Iniciativas voltadas para a diminuição do uso excessivo e predatório de recursos naturais;
  • A redução na emissão de poluentes e estabelecimento de metas para isso;
  • Suas boas práticas com embalagens, geração, cuidado e descarte de plásticos;
  • O gerenciamento eficiente e correto do descarte de lixo;
  • A adoção de medidas direcionadas para projetos de proteção e preservação ambiental.

Princípios sociais (S):

Já nas práticas sociais, o ideal é que a companhia adote iniciativas como:

  • Aprimoramento em como se relaciona com as pessoas e a sociedade;
  • Aderência aos direitos trabalhistas;
  • Valorização da saúde e segurança no ambiente de trabalho;
  • Apoio à diversidade e inclusão no meio empresarial;
  • Preocupação intensa com a experiência do consumidor em todas as fases;
  • O posicionamento da empresa em causas sociais e beneficentes.

Princípios de governança (G):

Por fim, no quesito da governança, o mercado observa:

  • A adoção de políticas e práticas direcionadas para o controle da companhia;
  • O comportamento institucional em relação às políticas anticorrupção e lavagem de dinheiro;
  • A composição e a diversidade do conselho de administração e da diretoria;
  • A política de remuneração dos diretores;
  • Os valores, a postura moral e ética nos negócios;
  • A adesão aos princípios do PRI (Princípios para o Investimento Responsável);
  • O relacionamento com os acionistas e com a imprensa;
  • O quanto a gestão valoriza a transparência, a equidade, a prestação de contas e a responsabilidade corporativa;
  • O não envolvimento da empresa e diretores em fraudes, denúncias, escândalos, condenações na justiça e similares;
  • A elaboração e execução de uma boa política de compliance.

 

Cuidado com o Greenwashing

Todavia, a incorporação do ESG precisa ser orgânica, fazer parte da estrutura, e ser desejada pelas razões certas. Se não houver coincidência entre os verdadeiros valores da empresa e as orientações das práticas ESG, sua implementação pode se mostrar bastante desafiadora e mesmo arriscar ser vista como oportunismo. Naturalmente, instaurou-se um campo de disputa, mas um marketing que se mostre “da boca para fora” é hoje mais arriscado para a reputação de uma empresa do que manter uma posição neutra em relação ao tema.

Deve-se trabalhar com prudência, pois há uma saturação de autopromoções indiscriminadas e recorrência de uso mal-intencionado de propaganda pró-sustentabilidade para passar uma imagem que de fato não se pratica. 

Seja pela demanda, pela performance ou pela regulação, a evolução do mercado seguirá de mãos dadas com as necessidades do meio ambiente e da sociedade.

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