
Desenvolvimento profissional 30 de maio de 2025
Recrutamento em 2025: o que realmente importa para os profissionais
O mercado de trabalho brasileiro em 2025 está em franca transformação. Com a taxa de desemprego atingindo 7% no primeiro trimestre (o menor índice desde 2012), o poder de escolha está cada vez mais nas mãos dos profissionais. Nesse cenário, empresas que desejam atrair e reter talentos precisam ir além da remuneração e compreender o que realmente importa para os colaboradores.
Em entrevista à CBN Campinas, Dimas Facioli, CEO da Facioli Consultoria, destacou “As pessoas buscam hoje aprendizado, buscam se fortalecer, então isso também precisa estar dentro da composição da posição [da vaga]”.
A fala resume uma tendência clara: as pessoas estão procurando um trabalho que também trabalhe por elas. Onde possam crescer, evoluir, se sentir vistas. A remuneração continua importante, mas já não é suficiente. O que pesa mesmo na decisão é o sentido, e a estrutura que dá suporte a esse sentido.
Não é só salário, é proposta de valor
Oferecer um bom pacote financeiro ainda atrai olhares, mas já não segura ninguém. Profissionais têm buscado benefícios que dialoguem com o momento de vida em que estão. Vale-refeição e alimentação seguem entre os mais desejados, superando, em alguns segmentos, o próprio plano de saúde. Mas o que realmente vem ganhando força são os benefícios que cuidam da pessoa além do cargo: saúde mental, flexibilidade, tempo de qualidade, apoio ao desenvolvimento dos filhos, programas de bem-estar.
Empresas que entendem isso estão se tornando não apenas mais atrativas, mas também mais sustentáveis, porque colaboradores que se sentem bem tendem a performar melhor, permanecer mais tempo e contribuir com mais consistência.
Crescimento como parte do contrato
Um plano de carreira bem definido não é só um documento interno: é uma mensagem clara ao profissional. Quando há transparência nas possibilidades de crescimento, o colaborador entende que a empresa aposta nele a longo prazo. Isso constrói confiança e engajamento.
Além disso, oferecer caminhos reais para capacitação, como bolsas de estudo, cursos, mentorias e experiências multidisciplinares, amplia o senso de pertencimento. O aprendizado contínuo passa a ser parte da cultura, não apenas um item da política de RH.
Cultura e comunicação: o que sustenta tudo isso
Não existe benefício atrativo o suficiente se a cultura da empresa não sustenta aquilo que é prometido. A nova geração de profissionais é sensível à coerência. Eles observam como a liderança se comporta, como os conflitos são tratados, se há abertura para escuta, se as decisões consideram as pessoas.
Uma cultura que valoriza a comunicação aberta, que estimula trocas honestas e construtivas, que promove um ambiente psicologicamente seguro, cria as bases para que o restante se mantenha em pé. É nessa base que se constrói lealdade.
O desafio das lideranças
Para as lideranças, o desafio agora é sair do piloto automático. Não basta abrir vagas com descrições genéricas ou pacotes-padrão. É preciso pensar o recrutamento como parte da estratégia de negócio: quem queremos atrair? Por que alguém escolheria a nossa empresa? O que oferecemos que realmente transforma a experiência de trabalho?
Empresas que entendem isso estão criando posições que entregam valor desde o primeiro contato. Não apenas para cumprir metas de contratação, mas para construir vínculos duradouros e produtivos.
O que tudo isso nos mostra
A fala de Dimas Facioli “as pessoas buscam aprendizado, buscam se fortalecer” não é apenas uma constatação sobre o comportamento do profissional moderno. É, na verdade, um convite para as empresas reavaliarem a essência do que estão oferecendo.
Hoje, contratar não é apenas preencher uma vaga. É propor uma jornada. Uma jornada que precisa ter sentido, estrutura e coerência. Isso significa olhar para cada cargo como uma plataforma de crescimento, e não como uma função isolada com tarefas operacionais.
As empresas que desejam atrair e manter talentos em 2025 precisarão alinhar estratégia e cultura, propósito e prática. Remuneração, benefícios, plano de carreira e bem-estar são peças de um mesmo quebra-cabeça: o da relevância.
E relevância, nesse contexto, é ser capaz de oferecer ao colaborador aquilo que fortalece sua trajetória, não apenas o que preenche suas horas.
Quem entender isso agora não apenas contratará melhor, mas construirá relações de trabalho mais consistentes, humanas e preparadas para o futuro.