Leia em 5 min.
Pesquisa mostra motivos que eliminam candidatos a vagas de estágio. E as perdas são por “motivos facilmente solucionáveis”.
O levantamento foi feito com cerca de 300 líderes de recursos humanos no Brasil, pela Companhia de estágios, e mostra por que as empresas têm dificuldade em preencher suas vagas: 80,7% dos candidatos têm postura inadequada, 57,1% não possuem os mesmos valores cultivados pelo contratante, 39,9% não apresentam algumas das competências valorizadas pela companhia, erros de português eliminam 30,1% dos candidatos e atrasos, 25,7%.
O que é altamente preocupante não é o fato de candidatos serem eliminados das disputas porque isso é uma condição de mercado, mas os motivos alegados pelos executivos. Postura, competências, valores, conhecimento do idioma nativo e atrasos não deveriam ser motivos para desclassificar um candidato. Isso denota falhas de base.
O estudo também quis saber dos entrevistados quais as dificuldades que eles encontram para efetivar os estagiários e concluiu: 20,3% alegaram adaptação dos estagiários para atividades em home office, 17,2%, treinamento remoto para as atividades de estágio, outros 17,2% apontaram entrosamento com a equipe e cultura organizacional, 14,9%, baixo engajamento e excesso de faltas nos processos seletivos e, por fim, 13,5 apontaram dificuldades na realização de um processo seletivo 100% digital. É importante a empresa preparar-se de forma específica para receber e integrar um estagiário com a organização, sua cultura, equipes, produtos, serviços e filosofia do negócio.
Além da necessidade de estratégia para contratação e integração do estagiário no ambiente, há, também, uma série de problemas advindos da parte do estagiário e os executivos apontaram deslizes que podem tornar uma carreira curta: postura apática (51%), conduta preconceituosa (43,6%), não assumir responsabilidade por ser estagiário (35,1%), fazer apenas o básico ou necessário (30,4%), não se comprometer com o resultado (29,4%), não ter boa postura interpessoal (26,4%) e atrasos e excessos de faltas (24,7%).
Os entrevistados apontaram características que consideram importantes: proatividade (73,6%), habilidade para trabalhar em grupo (61,8%), criatividade (33,4%), inovação (28%), senso de dono (26,7%), flexibilidade (23,6%). Mas há, ainda, características que fazem o candidato se destacar num processo seletivo e 69,9% apontaram as habilidades comportamentais, 51,4% indicaram domínio em ferramentas utilizadas na empresa, 42,2% falaram da necessidade de algum conhecimento técnico na área, 34,1%, interesse em temas de tecnologia e inovação e 29,1% citaram participação em atividades extracurriculares.
E, finalmente, 72,3% dos executivos de RH apontaram que contribuir com as áreas e se preparar para uma posição futura é o principal papel dos estagiários na organização, 10,1% entende que o principal papel é renovar e criar um ambiente mais jovem dentro da empresa e 9,5% acreditam que o estagiário deve trazer inovação.
Uma boa notícia é que as empresas estão dispostas a repensar alguns pré-requisitos: 30,7% citaram faculdade de primeira linha, 24% apontaram inglês, 18,9% citaram curso tecnólogo em vez de bacharelado, 13,9%, Excel e 47,3% dos entrevistados estão dispostos a repensar todos os pré-requisitos citados aqui.
Este momento de abertura das atividades vem carregado de esforço adicional das empresas para impulsionar os negócios. É importante ficar atento ao que o mercado pede, às expectativas dos recrutadores e estar disponível a atualizar-se e preparar-se continuamente.