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Perto de 16 milhões de postos de trabalho podem desaparecer no Brasil em menos de uma década, ou 14% da força de trabalho, segundo a consultoria McKinsey. Mas isso não significa uma catástrofe na economia. Os desafios para as empresas seguem em constante transformação e evolução. E o que é importante é estar atento e ciente sobre as mudanças que estão em curso e preparar-se para um futuro que agora é bem próximo. Até porque muitos dos jovens que hoje estão na escola terão profissões que ainda não existem.
Muito da produção ainda é dependente de trabalho manual que vem sendo substituído por tecnologia, robôs, inteligência artificial. A tendência é caminhar para a velha máxima “A César o que é de César”; ou seja, ao homem o que é exclusivamente seu. Isso quer dizer que aos profissionais caberá, cada vez mais, o trabalho intelectual que tem um grande papel na transformação dos cenários futuros e solução dos maiores desafios do planeta – é o que diferencia o homem de todos os demais.
E por trabalho intelectual podemos falar em criatividade, planejamento, análise, dedução, reflexão, crítica, inovação, só para citar alguns exemplos. É o que fazemos diariamente, mas como a história da humanidade começou com desafios básicos de sobrevivência impostos pela falta de tecnologia, a força física teve e ainda tem papel imprescindível no desenvolvimento das economias – mas isso está mudando.
Daí que a corrida para aliviar do homem o trabalho físico e permitir que ele utilize o que tem de melhor começou provavelmente bem antes da Revolução Industrial. Por isso, o novo cenário não é novo nem assustador, mas ocorre que exatamente por causa do desenvolvimento tecnológico que temos hoje as inovações surgem numa rapidez incalculável em todos os cantos do planeta e afetam todas as economias.
A questão é o que fazer diante desta corrida. Desta vez, só há um caminho para os profissionais, para as empresas e para o país: o conhecimento. Para o país, investir em uma política de educação que forme cidadãos críticos preparados para enfrentar desafios e adiantar-se a eles. Para as empresas, é preciso saber recrutar, manter talentos e desenvolver equipes resilientes, motivadas e inovadoras. E, para o profissional que já está ou vai entrar no mercado, há uma tarefa estratégica que vai acompanhá-lo diariamente: investir em autoconhecimento, aprimorar as competências que domina e as que exigem esforço maior, fazer de suas atividades de estudo e também de lazer ferramentas de autodesenvolvimento contínuo.
O futuro chega cada vez mais rápido e cada vez mais é uma incógnita maior. A resposta a essa enorme interrogação continuará sendo o conhecimento. Não por acaso já existem especializações no Brasil voltadas a tendências futuras. A revista BSB Mack, do Mackenzie, aponta algumas competências essenciais para “cenaristas”, como já são chamados os profissionais que atuam em análises e previsões de cenários futuros: pensamento crítico, aprendizagem estratégica, análise de sistemas, raciocínio indutivo e dedutivo e flexibilidade cognitiva.
O Futurotopia, um portal de conteúdo sobre tendências de futuros, já traz até o que eles chamam de Glossário de Futuros.
Diante deste cenário, podemos resumir que as empresas e os profissionais já têm de trabalhar identificando tendências, atuando em ambientes mais complexos e pouco controláveis e, por isso, precisam se familiarizar com a tecnologia para usá-la a fim de mapear tendências, antecipar inovações e descobrir oportunidades que estão no futuro próximo.