Da Qualidade Total ao ESG

Desenvolvimento profissional 26 de junho de 2022

Da Qualidade Total ao ESG

A preocupação com qualidade, produtividade, padronização e outros modelos de gestão que melhorem processos nas organizações não é recente e, ao longo dos anos, esse debate evoluiu muito desde a Era da Qualidade Total, que, segundo contam, veio do engenheiro Armand Feigenbaum, expert no assunto, que nos anos 1950 doutorou-se no Instituto de Tecnologia de Massachusetts e tornou-se, depois, diretor mundial de produção da GE. Por décadas o termo foi perseguido pelos empreendedores como estratégia competitiva. E várias teorias de gestão organizacional surgiram até que chegamos ao ESG – este, sim, lançado em um pacto global pelas Nações Unidas.

O ESG revolucionará em curto prazo as práticas no mundo dos negócios – tanto que o pacto da ONU leva o título de Ambição 2030 e vem atraindo e preocupando empresas em todo o planeta e o Brasil é um dos que mais procuram pelo assunto – pelo menos pelo Google.

A procura pelo tema na internet cresceu 150% num levantamento dos 12 meses anteriores a fevereiro deste ano, segundo o Google Trends, a pedido do Valor Econômico. Na América Latina, o Brasil foi o país que mais buscou informações sobre o assunto e ficamos, ainda, entre os 25 países no mundo que mais pesquisaram ESG.

A novidade é que ele conecta interesses de quem produz ou fabrica, de empregadores a empregados, de quem vende, de quem compra e consome, sem negligenciar temas como direitos humanos, meio ambiente, inclusão, diversidade e outros.

Em 2020, um estudo da consultoria Grant Thornton mostrou que 89% das lideranças de empresas brasileiras reconhecem a importância das práticas ESG para os negócios. Neste cenário, o mercado exigirá profissionais especializados, mas eles já estão em falta no mercado. Segundo pesquisa do CFA Institute, dos Estados Unidos, menos de 1% num universo de 1 milhão de contas do setor financeiro analisadas no LinkedIn em dezembro de 2021 possuía qualificação nessa área. E os salários também são muito atrativos.

Um estudo da Abraps-Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável e da consultoria Delloite mostra que o profissional de ESG pode ter várias especialidades, desde design de produtos a engenharia e gestão ambiental, por exemplo, e que a tendência é que esses profissionais tenham alto nível de escolaridade: três em cada quatro têm pós-graduação e mais de 40% deles têm especialização na área.

E as organizações vão procurar cada vez mais o profissional especializado no assunto. É bom reforçar que o profissional de ESG não é aquele com formação em áreas ligadas a meio ambiente. O ESG é muito mais abrangente e visa a promover boas práticas em todas as áreas de atuação de todo tipo de organização. Por isso, esse mercado que deve movimentar US$ 53 bilhões até 2025 já vê dificuldades em contratar – isso, por consequência impacta em aumento de salários ofertados. Só no ano passado, o setor ESG movimentou 30 trilhões de dólares no mundo.

Vários levantamentos mostram claramente a atenção das organizações para o tema: estudo da SAP revelou que o tema sustentabilidade está na agenda dos executivos das companhias latino-americanas e que 69% das empresas já adotam estratégias nesta área – no ano passado apenas 46% tinham projetos em prática ou planejamento para isso.

Voltando à qualidade total da década de 1950, só para citar um dos vários exemplos que fervilharam no século passado, especialmente a pós a II Grande Guerra, as coisas evoluíram muito. Várias teorias surgiram no mundo corporativo, ganharam força e se perderam no caminho, mas, possivelmente, todas elas contribuíram para chegarmos ao ESG, sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa. Por tudo isso, está muito claro que o ESG vai nos impactar a todos – líderes, empresários, empregados, cidadãos em geral – e é imprescindível não apenas olhar com atenção, mas entender o novo cenário através dessa sigla.

Artigos relacionados

Desenvolvimento profissional

28 de fevereiro de 2024

Gestão da Mudança: definição, procedimento e bo…

A capacidade de gerenciar eficazmente a mudança é essencial para o sucesso de qualquer organ…

Leia mais
Gestão da Mudança: definição, procedimento e boas práticas
Desenvolvimento profissional

31 de janeiro de 2024

Gestão de Desempenho: melhores práticas e tendê…

A gestão de desempenho é um componente vital para o sucesso organizacional, moldando o cresc…

Leia mais
Gestão de Desempenho: melhores práticas e tendências atuais
Desenvolvimento profissional

3 de janeiro de 2024

A importância da Inteligência Emocional no trab…

No complexo ambiente de trabalho contemporâneo, onde habilidades técnicas são imprescindívei…

Leia mais
A importância da Inteligência Emocional no trabalho: construindo relações e maximizando o desempenho profissional
RH

13 de dezembro de 2023

A nova geração de colaboradores: entendendo e g…

O avanço da Geração Z no ambiente corporativo não apenas redefine a dinâmica da força de tra…

Leia mais
A nova geração de colaboradores: entendendo e gerenciando a Geração Z no local de trabalho
RH

30 de novembro de 2023

Saúde mental no trabalho: além das fronteiras d…

Você já parou para pensar como a saúde mental no trabalho influencia não apenas a produtivid…

Leia mais
Saúde mental no trabalho: além das fronteiras da empresa